Vídeos da Homenagem

Belo Horizonte, 14 de julho de 2012


A LAPA
(Herivelto Martins e Benedito Lacerda)

A Lapa está voltando a ser a Lapa
A Lapa, confirmando a tradição
A Lapa é o ponto maior do mapa do Distrito Federal
Salve a Lapa!

O bairro das quatro letras, até um rei conheceu
Onde tanto malandro viveu, onde tanto valente morreu
Enquanto a cidade dorme a Lapa fica acordada
Acalentando quem vive de madrugada

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NÃO ME CONHEÇO MAIS 
(Herivelto Martins)

Eu já não me conheço mais
Não sou o mesmo que era há anos atrás
Topava qualquer parada, ia até de madrugada
Mas agora é diferente, a mulher é que manda na gente

Quem mandou eu me casar com quem não sabe sambar
Eu já dei meu tamborim a um que possa tocar
No outro tempo, ai ai meu Deus, eu tinha opinião
Abandonava a mulher, mas a batucada, isso não

FALA CLAUDIONOR 
(Grande Otelo e Herivelto Martins)

Porque será que em toda historia
Existe sempre uma mulher
Porque será, não és capaz de responder

Fala Claudionor e chora no meu ombro a tua dor

Claudionor era um rapaz inteligente
Vivia a vida como vive tanta gente
Uma mulher na sua vida atravessou
Fingindo amiga, fingindo amor
Fez do rapaz um outro Claudionor

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Ouro Preto, 05 de agosto de 2012


A PORTA ESTANDARTE
Herivelto Martins

Você foi porta estandarte do bloco
E sempre honrou seu lugar
Porém o tempo passou, a escola inteira mudou
Somente você continuou
Vamos respeitar a evolução
Entregue o estandarte pra conceição

Vão inaugurar o seu retrato no recanto do salão
O retrato de 36 quando você ganhou pela ultima vez
Atenda ao pedido da comissão
Entregue o estandarte pra Conceição

LÁ EM MANGUEIRA
Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres

Lá em Mangueira aprendi a sapatear
Lá em Mangueira é que o samba tem seu lugar
Foi lá no morro, um luar e um barracão
Lá eu gostei de alguém que me tratou bem
Eu dei meu coração

No morro a gente leva a vida que quer
No morro a gente gosta de uma mulher
E quando a gente deixa o morro e vai embora
Quase sempre chora, chora, chora.

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SAUDADE DE MANGUEIRA
Herivelto Martins

Tenho saudades da Mangueira
Daquele tempo em que eu batucava por lá
Tenho saudade do terreiro da escola
Eu sou do tempo do Cartola
Velha Guarda, o que é que há?
Eu sou do tempo em que malandro não descia
Mas a polícia no morro também não subia

Aí Mangueira, minha saudosa Mangueira
Depois que o progresso chegou
Tudo se transformou e Mangueira mudou
Já não se samba mais à luz do lampião
E a cabrocha não vai pro terreiro de pé no chão

ADEUS MANGUEIRA
Herivelto Martins e Grande Otelo

Juscelino me chamou
Eu vou morrer de saudade, mas vou

Adeus Mangueira,
Adeus, meu Vigário Geral
Adeus meu samba
Adeus capital federal

Foi no morro que nasci (ai ai ai)
E no morro me criei (ai ai ai)
Brasília me chamou pra trabalhar
Seu doutor, dá licença
Minha gente eu vou levar
Mangueira, Estação primeira
É testemunha que eu não vivo sem sambar

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OURO PRETO
Herivelto Martins e David Nasser

Ouro Preto, das tuas ruas sinuosas
Pareço ver andrajosas as almas dos teus escravos
Mas vejo também altivas as figuras redivivas
Dos teus heróis e teus bravos

Ouro Preto, nas casas coloniais
Onde depois nunca mais se ouviu a voz de Dirceu
Marília procura ainda na sua amargura infinda
O amor que não morreu

Quando o velho sol de Minas deixa na mata uma esteira
E depois vai descansar na serra da Mantiqueira
A gente fica cismando em tudo que já passou
Desde quando o velho sol o chão de minas beijou

Ouro Preto, de que valeu tua história
O teu passado de glória, minha esquecida cidade
Se na memória se apaga o que nunca, nunca se paga
O preço da liberdade

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COMO A FAVELA MUDOU
Herivelto Martins e Rogério Nascimento

De que forma a favela mudou
Como triste a favela ficou
Só parece que tudo morreu
Lá no morro onde o samba nasceu

Os encantos da minha favela
Seu passado, seus dramas de amor
Tudo isso morreu com o samba
Na batida final do tambor

Quero às vezes pegar na viola
Mas a vida nos dedos morreu
E eu digo tristonho a mim mesmo
Quem mudou não foi ela, fui eu

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NÃO É HORÁRIO
Herivelto Martins e J. Costa

O sol já vem raiando
Será que você estava ensaiado
Eu chego a suspeitar
Que você está querendo me enganar
Cinco horas da madrugada
Não é horário de uma pastora chegar cansada

Trabalhar, hoje eu vou sem almoço
Logo mais ficarei sem jantar
Se eu reclamo você diz
Que eu sou mau rapaz
Se eu aturo você abusa demais
O que eu não vejo é consciência nesse tal ensaiador
Não reconhece que eu sou um trabalhador


VAIDOSA
Herivelto Martins e Artur de Morais

Tens razão, tens razão
De ser assim vaidosa
És de fato formosa
Não há quem possa negar
Tens prazer
De maltratar o coração de alguém
Mas poderás um dia achar também
Alguém que não te queira mais

A formosura na mulher
É um defeito
Quando ela pensa
Que a beleza é um direito
Mulher bonita
É vitrine de avenida
Sempre formosa, sempre fingida

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CALADO VENCÍ
Herivelto Martins e Ataulfo Alves

Calado, sofrimento eu passei
Calado, a ninguém reclamei
Silencio, foi a arma que usei pra vencer
Vencendo, consegui te esquecer

Em silencio eu chorei noite e dia
Minhas lágrimas ninguém via
Rolaram incessantes no meu rosto
Porque foi no coração que eu chorei
Só Deus sabe o sofrimento que eu passei

COMO EU CHOREI
Benedito Lacerda e Herivelto Martins

Chorar como eu chorei,
Penar como eu penei
Jamais no mundo alguém
Procurou te querer bem
Talvez adivinhando o que eu passei
Eu choro porque não adivinhei...

O arrependimento
Cedo ou tarde sempre vem
E tu hás de sofrer
Como eu sofri também
Então eu te perdoarei
Por que, afinal de contas
Por quem foi que eu chorei?

ATÉ A VOLTA
Benedito Lacerda e Herivelto Martins

Até a volta, agora sou eu quem parte
Não é possível viver sozinho em meu lar
Nenhum amigo encontrei pra me avisar
Todo mundo sabia até o dia que ela ia desaparecer
Infelizmente eu fui o ultimo a saber

Mais um coração ferido, mais um lar abandonado
Um amor desiludido, mais um bangalô fechado
Porém, a chave não darei a ninguém
O que ela me fez outra pode fazer também

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